7.6.15

Conectados - 1ª Parte


                 Vamos tratar aqui de um assunto delicado: estar conectado ou não, eis a questão!

                 Até que ponto isso é valido, até que ponto isso influência negativa ou positivamente. O ser humano vem passando por um processo de junção, de compartilhamento e divulgação, desde que foi criada a escrita, e isso é muito bom. Uniram se tribos, depois nações até conseguirmos isso a nível mundial. Pessoas isoladas por grandes ou pequenas distáncias estão a um toque do celular, parente, amigos, empresários, políticos, etc.

                No entanto o uso exacerbado, descontrolado e inresponsavel anda gerando um novo tipo de caos. Pessoas deixam de viver suas vidas reais, estar com amigos em um lugar agradável, para estarem conectado, pais relegam muitas vezes seus filhos para darem atenção aos seus pequenos aparelhos, e o tempo se escoa como em uma ampulheta. A exposição da pessoa e suas particularidades não tem limites, como se tudo tivesse que ser divulgado, intimidades vem a tona, bulling sem fronteiras, cenas de violência diversas. O que gera um grande lixo e a famosa lei de causa e efeito. Pessoas se suicidam, outras são assassinadas em nome de algum tipo de justiça. E tudo isso a troco de que? De aparecer na rede de qualquer forma

                Vamos agora a uma série de artigo pesquisados


                Adolescentes:

               Para os adolescentes, ficar sem celular ou computador é o maior castigo. Muitos já preferem a internet aos automóveis.

               Os jovens que participam do curso de verão da Putney Summer School, nos Estados Unidos, têm de deixar celular, laptop, tablet e qualquer outro aparelho de comunicação na entrada. Durante os 30 dias de estadia, o acesso à internet é limitado - dez horas semanais - e os fones de ouvido são banidos. Se quiserem ouvir música, devem conectar o MP3 a uma caixa de som, para que todos compartilhem. O intuito da política é induzir os alunos a interagir uns com os outros em vez de ficar isolados e imersos em uma tela eletrônica brilhante. Afinal, trata-se de um curso de verão. Os jovens vão lá para se divertir, conhecer culturas, gente diferente e fazer amigos.

          Nos Estados Unidos é cada vez maior a preocupação com a intensidade da relação dos adolescentes com a internet e o celular, principalmente quanto aos limites de utilização desses meios de comunicação. Poder conversar com outras pessoas sem que a fronteira física atrapalhe é ótimo - uma conquista da modernidade. Mas para manter relações saudáveis, é preciso fazer um uso inteligente dos recursos tecnológicos e evitar os excessos da "dependência da conectividade". Nesse ponto, a escola e, principalmente, os pais são responsáveis pela educação dos jovens.

               O celular se tornou um item de consumo favorito da população. O Brasil é o campeão em vendas da América Latina. Desde 2005, o número de telefones móveis ultrapassou o de fixos nas residências brasileiras. Além do mais, o aparelho é o principal representante da convergência tecnológica, permitindo ligações, envio de mensagens SMS e acesso à internet.

                 Não por acaso, uma pesquisa publicada na revista Forbes revela que, desconsiderando os valores monetários, 46% dos jovens norteamericanos afirmam preferir o acesso à internet ao carro. Segundo Th ilo Koloswski, da empresa norte-americana Gartner, o celular se tornou um item essencial que confere status, liberdade e sociabilidade aos seus usuários, atributos antigamente oferecidos pelos automóveis.


                 Pais e filhos

             Quem convive com adolescentes sabe que um dos piores castigos para eles é ficar sem celular e sem computador. Os jovens permanecem conectados aos amigos e à família 24 horas por dia, ligando, trocando torpedos e atualizando status nas redes sociais. De acordo com o sociólogo polonês Zygmunt Bauman, na era da informação, a invisibilidade equivale à morte. Nessa fase marcada pela busca da identidade e da autonomia, é muito comum ver adolescentes imersos nesses meios de comunicação.

              Mas para o que os jovens usam tanto o celular? A pesquisa "Uso de Celular na Adolescência e sua Relação com a Família", envolvendo 534 jovens entre 12 e 17 anos de escolas públicas e particulares de Porto Alegre (RS), revelou que o uso mais frequente do aparelho é para se comunicar com os pais (90%) e com os amigos (79%). "É possível perceber que as relações virtuais estabelecidas pelo telefone celular acompanham as relações reais estabelecidas com família e grupo de amigos", diz a psicóloga Fabiana Verza, especialista em terapia familiar e autora do estudo. As outras utilizações mais populares são vinculadas à coordenação do dia a dia, com funções de despertador e de agenda.

          Em muitas famílias, o celular pode significar mais que um simples aparato tecnológico. Segundo o livro Adolescência & Comunicação Virtual, de Adriana Wagner, Fabiana Verza, Rosane Spizzirri e Caroline Eifler Saraiva, dar um celular de presente ao filho é um rito de passagem para uma nova fase do ciclo familiar. Se antes se dava a chave da entrada da casa como símbolo de confiança, liberdade e autonomia, hoje se presenteia o adolescente com um celular.

               O aparelho também proporciona mais tranquilidade aos pais e aos jovens sempre que saem de casa. "Existe uma necessidade de monitoramento dos filhos pelos pais, principalmente em função da violência e da insegurança associada a 'sair de casa' na atualidade, e, nesse ponto, o celular pode ser um grande elo de ligação", escrevem as autoras. Mas, cuidado! O aparelho não deve ser uma extensão do cordão umbilical. Ligações recorrentes entre pais e filhos podem indicar a existência de uma relação simbiótica pouco saudável e trazer à tona problemas na estrutura familiar.

             Segundo Fabiana, o fácil acesso a outros recursos midiáticos via celular, como internet e messenger, também exerce um papel relevante na socialização do jovem. Para os mais tímidos, o celular é um facilitador social. Eles se sentem mais à vontade em ligar diretamente para os amigos, sem ter de falar com os pais deles e de trocar mensagens de texto, recurso que não exige olhar nos olhos. Desse modo, os mais tímidos conseguem se socializar melhor. Em outros tempos, isso não seria possível. Vale lembrar, obviamente, que esse meio de comunicação não deve substituir uma conversa presencial.

                 É importante ter em mente que a juventude de hoje, assim como a das gerações passadas, tem essencialmente as mesmas necessidades: vincular-se a um grupo, ter mais autonomia e consolidar uma identidade. O que muda é atender a essas necessidades na era da informação.


                 Atritos sociais

             O celular pode ser um aliado da educação ou um problema da família. "Alguns pais se sentem desautorizados a interferir na relação entre seus filhos e a tecnologia, pois não têm certeza se isso é positivo ou negativo para o crescimento deles", analisa Fabiana.

                Mesmo não entendendo a tecnologia tão bem quanto os jovens, os pais não devem abrir mão de sua autoridade. "A tecnologia deve ser tratada apenas como um complemento nas relações familiares e um estímulo a mais para o desenvolvimento do filho", diz a especialista. No contexto moderno, cabe aos pais criar novos meios para controlar o uso de celular e internet. Fabiana recomenda que se estabeleçam regras de uso, para que os jovens tenham noção de tempo e de prioridade na utilização.


                 Celular e o dia a dia
Por Emi Sasagawa

              Uma pesquisa publicada pelo Ministério da Educação do Japão em 2009 indica que o celular está tomando conta da vida dos adolescentes do país. O estudo, resultado de entrevistas com 20 mil adolescentes em um mês, oferece evidência do uso abusivo do aparelho. No país mais conectado do mundo, 96% dos adolescentes entre 16 e 17 anos têm celular. Segundo o estudo, 25% dos alunos do ensino fundamental usam o aparelho durante as refeições e 50% dos alunos do ensino médio o usam durante o banho!

          Além das funções mais comuns, os jovens japoneses usam celulares para ler shosetsu (novelas), contar passos, tocar piano e fazer compras. O problema é que o uso se tornou compulsivo. Segundo declarações do ministro da Educação, Hiroyuki Mantani, "os adolescentes japoneses mandam e-mails excessivamente". A pesquisa indica que 7% dos jovens entrevistados mandam mais de 100 mensagens por dia.
   
           As meninas inventaram uma linguagem de celular chamada gyarumoji, na qual usam emoji (emoticons) para se comunicar. Nos blogs, elas dão dicas de como se manter conectado, por exemplo, colocando o celular em um saco plástico para usá-lo na banheira.

              A necessidade de sempre estar conectado criou uma sociedade de adolescentes obcecados por respostas imediatas. Segundo o estudo, 12,4% de alunos no ensino médio acham que um minuto é tempo demais para esperar por uma resposta. Quando as respostas demoram 30 minutos, a espera gera um alto grau de ansiedade.

              No Japão, os celulares são chamados de keitai denwa (telefone portátil). Mas o antropólogo Mizuko Ito afirma que o conceito não pode ser traduzido com precisão. Mais que um simples celular, o keitai denwa é uma parte intrínseca da sociedade japonesa, de certo modo, uma extensão do ser. Os jovens decoram seus aparelhos cuidadosamente para refletir suas personalidades.

              O apego excessivo produz consequências indesejáveis. A pesquisa indica que os celulares, além de gerar ansiedade, prejudicam o estudo e o sono e são instrumentos de cyberbullying. Ademais, com a comunicação eletrônica, os jovens encontram mais dificuldade para se comunicar verbalmente.

                Em janeiro de 2009, o Ministério da Educação japonês tomou medidas para banir o celular no ensino fundamental e minimizar seu uso em aula no ensino médio. O país tecnologicamente mais evoluído do mundo sofre para encontrar o equilíbrio entre a vida real e a vida virtual.

               Essa conversa é importante e pode prevenir futuras dores de cabeça, como contas caríssimas no fim do mês. Os pais devem ficar atentos caso o uso do celular interfira na produtividade do jovem na escola e em atividades extracurriculares e prejudique a interação com família e amigos, levando-o a um isolamento social.