Problemas de saúde causados pelo
uso de smartphone e como evitá-los
O celular é quase um companheiro
inseparável, visto por muitos como um bem essencial no dia a dia –mas o que
muitas pessoas não sabem é que o uso excessivo deles pode causar danos ao corpo
humano.
Se você sente constantes dores
de cabeça, um couro cabeludo extremamente sensível ou um incômodo atrás de um
olho, a culpa pode estar no uso indevido do smartphone.
Especialistas dizem que são cada
vez mais comuns os casos de "text neck" –"pescoço de SMS"
em tradução livre–, dores na cabeça ligadas a tensões na nuca e no pescoço
causadas pelo tempo inclinado em uma posição indevida para visualizar a tela do
celular.
Segundo a fisioterapeuta Priya
Dasoju, "pescoço de SMS" também pode levar a dores no braço e no
ombro. "O que estamos vendo são cefaleias cervicogênicas", afirmou.
Ela diz que o problema vem de tanto inclinar a cabeça para frente da tela do
celular, e isso cria uma pressão intensa nas partes frontais e traseiras do
pescoço.
Esse problema pode se agravar e,
em alguns casos, pode levar a uma condição conhecida como nevralgia occipital.
É uma condição neurológica em que os nervos occipitais –que vão do topo da
medula espinhal até o couro cabeludo - ficam inflamados ou lesionados. Ela pode
ser confundida com dores de cabeça ou enxaqueca.
"Cerca de 30% dos nossos
pacientes que vemos têm nevralgia occipital", disse a osteopata Lola
Phillips. "Você tende a ter esse problema quando usa muito tablets,
laptops ou smartphones. Você começa a sentir uma tensão na parte da frente do
pescoço e uma fraqueza na parte de trás dele."
A dor pode ser intensa, como se
o pescoço estivesse "queimando", e começa na base da cabeça, se
estendendo por toda a parte superior, no couro cabeludo. Geralmente, as dores
começam na parte de trás da cabeça, no nervo occipital, mas às vezes elas ficam
localizadas mais na parte da frente, acima dos olhos.
Adam Clark Estes começou a
sentir dores de cabeça alguns meses atrás. Segundo ele, a dor é intensa.
"É como se fosse a dor de uma ressaca forte. Você sente a cabeça
latejando." Pacientes com problemas de nevralgia occipital relatam dores
fortes de cabeça
"Como se alguém tivesse me
golpeado na cabeça com um cano de aço quente enviando raios de dores
lancinantes no crânio", conta.
Você pode sentir a dor em um dos
lados da cabeça ou nos dois, e até atrás dos olhos quando movimenta o pescoço.
O conselho para curar o problema é mudar de postura na hora de mexer no celular
–e evitar o uso excessivo dele.
"Quem sofre disso deveria
pensar em adotar posturas diferentes quando estiver usando o celular. Sentar na
vertical, por exemplo, e levantar o celular ou usar um suporte para ele ficar
em uma altura mais adequada", explica a osteopata Lola Phillips. "É
preciso ter mais disciplina com o uso do telefone também", reitera.
O tratamento inclui correção de
postura, massagem e remédios anti-inflamatórios, mas em alguns casos é preciso
tomar medidas mais drásticas. Adam Clark Estes teve que injetar um coquetel de
esteroides e outros relaxantes nos nervos ao redor do seu pescoço.
"Dói bastante. Acho que o
médico me deu quase 20 injeções separadas e depois delas eu fiquei tão mole que
achei que iria desmaiar." "Depois de me recuperar, o médico me disse
que me sentiria melhor em um dia - e melhorou mesmo", conta.
Médicos também podem receitar
relaxantes musculares, antidepressivos. Especialistas dizem que a prevenção é a
melhor opção. Diminuir o uso de smartphones ou então posicioná-los mais próximo
da altura dos olhos são boas estratégias para evitar o problema.
"Tente não manter a mesma
postura por muito tempo", disse a fisioterapeuta Priya Dasoju.
"Coloque um lembrete no celular ou no computador para se certificar de que
você não está na mesma posição por muitos minutos consecutivos."
Os médicos garantem que as
condições causadas por uso excessivo de smartphones são apenas dolorosas, não
fatais.
Uso de eletrônicos já afeta
saúde e desempenho escolar de crianças
O uso em excesso de jogos de
computador por jovens chineses parece estar causando danos alarmantes nesses
adolescentes e começa a chamar a atenção de pais de outros países cujos filhos
passam horas por dia de olho nas telas eletrônicas.
Médicos do país consideram o
fenômeno um transtorno clínico e criaram centros de reabilitação onde jovens ficam
isolados de todos os tipos de mídia eletrônica por meses. A eficácia do
tratamento, porém, ainda precisa ser demonstrada.
Nos EUA e em outros países
ocidentais, não há dúvidas de que os jovens ficam conectados por mais tempo do
que o considerado saudável para o desenvolvimento normal. E a relação com a
tela começa cedo, quando bebês recebem tablets e celulares para que se
entretenham.
A Academia Americana de
Pediatria afirma que uma criança de 8 e 10 anos de idade passa em média oito
horas por dia com diferentes tipos de mídia eletrônica. A TV continua sendo a
mídia dominante, mas computadores, tablets e celulares aos poucos vão ganhando
espaço.
Os pais, gratos pelo efeito
calmante dos eletrônicos sobre as crianças, parecem não ter ciência sobre o
potencial danoso de tantas horas no mundo virtual.
"Estamos
dando distrações às crianças, em vez de ensiná-las a se acalmar", disse
Catherine Steiner-Adair, psicóloga clínica de Harvard.
EFEITOS DANOSOS
Ainda que novos artigos apontem
que os eletrônicos podem ser úteis aos menores de 3 anos, desde que sejam
educativos e interativos, a Academia Americana de Pediatria mantém a
recomendação de que, antes dos dois anos de idade, as crianças não deveriam ser
expostas a nenhuma mídia eletrônica, porque "o cérebro da criança se
desenvolve rapidamente nesses primeiros anos, e crianças pequenas aprendem mais
interagindo com as pessoas, não com telas".
Para a entidade, crianças mais
velhas e adolescentes não deveriam gastar mais do que duas horas por dia com esse
tipo de entretenimento.
O uso pesado de eletrônicos pode
ter efeitos negativos no comportamento, na saúde e no desempenho escolar dos
pequenos. "Quanto mais crianças se comunicam por meios eletrônicos, mais
elas se sentem solitárias e deprimidas", diz Kristina E. Hatch,
pesquisadora da Universidade de Rhode Island (EUA). As consequências físicas
incluem dores nos dedos, pulso, pescoço e nas costas.
A próxima epidemia parece ser a
da mensagens de texto. Nos EUA, metade dos adolescentes manda 50 ou mais
mensagens por dia. Entre os que têm 13 e 17 anos especificamente, a média
diária é de 112 mensagens
imagens e texto, jornal Folha de S. Paulo
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